domingo, 28 de novembro de 2021

Obsevada pela orte - Final

 


Daniele cansa de se virar na cama, ela se levanta, apenas de regata e calcinha, caminha até o estúdio onde Vincent, sem camisa, começa um novo quadro, replicando a fotografia que fez de Daniele.

Na tela seus cabelos ruivos viravam sangue, preenchendo os espaços vazios. O pintor interrompe sua obra, com olhar sério e violento encara Daniele, a ruiva devolve o olhar, retira sua regata.

- Agora estamos em pé de igualdade.

Vincent levanta-se, vai até Daniele, os dois se encaram, o pintor a joga contra a parede, beijando seus lábios, ergue os braços da ruiva, cruzando seus pulsos.

Com um movimento brusco ele arranca a calcinha dela em um puxão, rasgando a peça íntima, em seguida a joga no divã, puxando suas pernas até ele.

Daniele abaixa as calças de Vincent, em um único puxão, o pintor se debruça sobre ela, beijando e chupando seus seios, a moça passa as mãos em suas costas musculosas, ela geme com o contato dos lábios de seu amante.

A modelo trança as pernas na cintura de seu protetor, em um convite ao sexo, Vincent não decepciona, ao adentrá-la com vigor, Daniele geme de prazer, cravando suas unhas nas costas dele, gotas de sangue escorrem, um incentivo para o pintor ser mais vigoroso.

Daniene grita de tesão, a cada investida do pintor, que se desvencilha dela, os dois se encaram, algo em seu olhar não pode ser compreendido por Daniele, que inspira temor e desejo.

Vincent a levanta com violência, joga sua musa contra a parede, a encoxa, retomando o sexo, Daniele braça o concreto, tenta envolver a parede com sua perna, Vincent puxa seus cabelos, a fazendo gemer e gritar.

Com seu rosto contra a parede ela observa seu rosto na pintura ainda inacabada, Daniele goza como nunca.

- Você teve seu prazer, agora é minha vez.

Em um movimento brusco ele arremessa a moça ao chão, de bruços ela ouve uma gaveta sendo aberta, logo sente o aço gelado em seu pulso.

Daniela percebe-se algemada, Vincent bate nela, em seguida um outro tapa. Apesar do susto ela gosta e pede mais.

- Mais forte.

- Foi você quem pediu.

Ele dá vários tapas na garota, que goza mais uma vez, com os  restos da calcinha de Daniele ele a amordaça, enquanto levanta o quadril da moça, a penetrando e puxando a calcinha, com força, a cavalgando, mesmo com a boca cerrada pelo pano, pode-se ouvir os gemidos de prazer.

Minutos depois, ambos estão deitados no chão, abraçados, Daniele o encada:

- Você correu um risco, eu poderia não gostar.

- Você anseia pela submissão e pela dor, está no seu rosto.

- Tão óbvio assim?

- De todas as modelos o assassino a escolheu, você se encantou por mim, mesmo sem saber por que.

- Não entendi.

- Você é a vítima perfeita.

- E você, o que é? Um predador?

- Por que você acha que resolvi procurar pelo assassino? Porque somos iguais, não costumo dizer isso por aí, mas sou um psicopata. A diferença é que pinto, provoco as pessoas, me embebedo, essas coisas. Encontro vítimas para foder.

- E aquele quadro, “Mãe”.

- Eu amava minha mãe, a maioria das pessoas tem problemas com a sua, nunca é uma figura fácil.

- Puro marketing?

- Um pouco mais do que isso, associar a mãe com um demônio gera indignação nas pessoas, gera raiva. Existe um motivo, você sabe qual?

- Toda mãe é em parte um demônio, mas não gostamos de pensar assim.

- As pessoas se proíbem de pensar assim, isso gera raiva, gera dor, gera angústia. É aí que eu me divirto.

- Você goza como louco,vendo a dor das pessoas.

- Igual ao assassino, ele não conseguiu canalizar seu sadismo. Não achou nada e começou a matar.

- E eu? Onde eu entro nesse jogo?

- No começo, achei que poderia te usar, para chegar nele, para ver no que eu poderia ter me transformado. Depois me afeiçoei. Hoje eu gosto de você.

- Os dois se beijam.


Na manhã seguinte, dentro da agência, Robert está vestindo uma modelo com saia preta e blusa branca, Mark observa de longe, imaginando a nova exposição, quando Mako entra na cena dos dois.

- Vão repetir o figurino?

- É importante - diz Mark.

- Compõe a cena perfeita - termina.

- Deveríamos marcar uma data. Vincent está impaciente.

- Entendo - Robert não desvia sua atenção da modelo - daqui a pouco alguma celebridade faz uma merda e todos esquecem o assassinato.

- Vincent tem uma exigência.

- Os dois homens a encaram.

- Ele quer aquela modelo que estava com ele, Daniele, ao lado do quadro “Faces da Morte”.

- Por que? - Mark se indigna.

- O senso de humor dele é estranho.

- Ao sair da reunião, Mako telefona para seu chefe.

- Fiz o que pediu.

- E eles?

- Mark não gostou.

- Robert?

- Estava trabalhando, não desviou sua atenção nem um minuto.

- Algum deles se parece comigo?

- Os dois.

- Concordo.


Quinze dias se passam, um novo salão é reservado, estamos às vésperas da nova exposição, Daniele está de frente para o quadro “Faces da Morte”, ela começa a entender a pintura, mesmo assim não a teria na sala de sua casa. 

Vincent aproxima-se por trás e segura o quadril da moça, colando seu corpo ao dela, sussurrando em seu ouvido.

- Consegue ver alguma coisa?

- Tinha algo de diferente, nos rostos. Não sei o que é.

Vincent se afasta, ele vai até o quadro e fica de frente para Daniele, andando para trás, até seu rosto recobrir umas das faces da pintura.

- Seria isso?

- Eu vi o rosto dele!

- Sim, mas misturou seu rosto aos do quadro.

- Ele se afasta.

- Mako deve estar chegando, tente se lembrar.

Vincent se afasta do salão, ele é atingido na cabeça, o assassino joga longe sua arma, munido de luvas pega o celular de Vincent e envia uma mensagem para Mako.

A japonesa entra apressada no prédio, quando recebe uma mensagem, enviada do celular de seu chefe: “Mezanino”.

 Daniele segue olhando para o quadro, quando um flash invade sua mente, ela consegue se lembrar.

Ela se lembra daquela noite, foi rápido, mas ela viu o rosto do assassino ela viu o rosto de Robert.

Daniele se afasta assustada do quadro, ela pega seu celular, enviando uma mensagem para Vincent. 

Imediatamente ouve o som da mensagem, fazendo eco no grande salão, seguido pela voz de Mako.

- Daniele! Aqui em cima.

A modelo ergue o olhar, reconhecendo a assistente no mezanino.

- O que está fazendo ai?

- Vincent me chamou aqui.

É quando a ruiva percebe o que estava prestes a acontecer, antes de formular qualquer hipótese, a sombra de Robert surge atrás de mako.

- Atrás de você!

Mako se vira, ela reconhece Robert, seu olhar frio a penetra, Robert leva a mão até a parte de dentro de seu paletó, com suavidade (e uma certa beleza) puxa sua faca.

Quando Mako percebe o que estava era acontecer já era tarde, Robert rasga o pescoço dela, cambaleando ela corre para a escada, Daniele corre até a garota ferida, gritando seu nome.

Robert caminha lentamente, Mako se debruça no corrimão de mármore, tentando se equilibrar, Robert a puxa pelos cabelos e crava a faca no peito dela, que grita de dor.

O assassino gira lentamente a faca, enquanto olha nos olhos de Daniele, apreciando o desespero da moça.

Ele desfere outro golpe, dessa vez fatal, o sangue tinge a escadaria, Robert joga o corpo de Mako no andar de baixo, Daniele corre até a garota, na esperança de encontrá-la viva, infelizmente já era tarde.

- O vermelho é a cor mais linda.

- Você me escalou para ficar ao lado da “mãe”, na última exposição.

- Imagine minha surpresa quando descobri que Mark se intrometeu na minha obra.

- Tenho uma novidade para você, “Mãe é uma fraude”.

Robert desce mais alguns degraus, brincando com a ponta da faca, sem desviar o olhar de sua presa.

- “Mãe” não tem nada a ver com a mãe dele, é só uma brincadeira, para incomodar as pessoas.

- Mas isso é óbvio, somos muito parecidos, foi por isso que o escolhi.

Os dois ouvem a porta se abrir, Vincent estava de pé, olhando a cena.

Robert quebra o silêncio:

- Você gosta dela assim?

- Devo dizer que é bem excitante, se não fosse a morte da minha assistente.

- Cada um de nós tem seu meio de chocar as pessoas.

- A diferença é que você não é um artista.

- E você? Desde quando se baseia no julgamento das pessoas? 

- Você não vai matá-la.

- Tem certeza? Do meu ponto de vista parece que vou.

Daniele se levanta, encarando seu algoz, eles se encaram, enquanto Vincent segue até um quadro, onde se arma com uma escultura.

- Agora todos estamos armados, não é Vincent?

- Você não deveria ficar feliz.

- Quem você realmente quer matar? Quem vai te satisfazer? Qual sangue você quer ver jorrar? O meu ou o da ruiva?

Daniele grita e pula sobre seus perseguidor,tentando pegar a faca dele, a moça morde a mão dele, o que dá tempo para Vincent atacar Robert, quebrando a escultura na cabeça dele.

O assassino cambaleia para trás, balançando a faca ante seu corpo, Vincent o encara e corre contra o assassino, desferindo um chute no seu peito.

Vincent sobe em Robert, pega a faca e rasga o rosto do assassino, que grita. Vincent esfaqueia a garganta do assassino e se afasta, o vendo morrer.

- A sensação de matar alguém. É… superestimada.

- Ele se vira e abraça Daniele.


Seis meses depois


O novo quadro de Vincent era exposto, na tela a imagem de Daniele, seus cabelos ruivos tornam-se gradualmente carmesim, se espalhando pela tela.


FIM    


Nenhum comentário:

Postar um comentário